Carta para uma amiga

Oi,

Moramos “tão” perto, nos falamos todos os dias, pegamos as mesmas coisas ao mesmo tempo, unirmos nossos conceitos inúmeras vezes, fizemos discussões sobre vários aspectos, utilizamos várias recargas respiratórias ao sorrir, corremos ao tentar nos esconder do amor, caímos ao tentar esconder-se da vida, levantamos e ficamos em pé, até agora.

Essa não é só uma carta para uma amiga, essa é uma carta pra você.

E não importa o quanto você ama me deixar “estressada”, não importa o quanto eu tenha que perceber que você é verdadeira.

50, 60, 70, 100, sei lá, um século poderia passar, e eu nunca iria esquecer você. Sei que é babaquice te escrever uma carta às 3:45h, sendo que eu poderia falar tudo isso quando te ligasse, ou te visse mais uma vez pela manhã. Por que você deveria saber, que amigo é aquele que sempre faz da sua vida um inferno, e que te abraça na melhor parte da sua história de vida fudida e diz que você vai conseguir recuperar-se.

E se eu não te visse? E se fosse imprevisível essa vontade de falar tudo que penso sobre você? Acontece que você não iria entender; ninguém iria entender, então resolvi escrever, assim o meu teclado poderia molhar, meu papel poderia molhar, mesmo sabendo que se eu te dissesse tudo “cara a cara” você iria enxugar qualquer lágrima que tivesse a ousadia de cair sobre o meu rosto. Assim como enxuguei várias lágrimas de preocupações caídas dos seus olhos, como se fossem um precipício perdido, onde lá em baixo não tivesse absolutamente nada, a não ser minha mão.

E se eu parar pra entender o porquê dessas palavras, eu estaria mentindo entre elas, eu estaria escrevendo para mim, não para você. A pessoa mais ridícula do mundo sou eu, tentando demonstrar um amor de uma amizade perdida em várias palavras tentando ao menos dizer que eu te amo.  E quer saber? Essa coisa de ser ridícula me dar prazer, babaquices me contentam, idiotices me agradam. A melodia dessa carta é descrita em 4 minutos, 3 segundos e uma verdadeira amizade, a sua. 
Se cuida.